😴 Sonolência Diurna Excessiva (SDE): quando o sono atrapalha a vida
- Alan Fröhlich
- 27 de ago.
- 3 min de leitura

🌙 O que é a SDE?
A sonolência diurna excessiva (SDE) é caracterizada pela dificuldade em manter-se desperto e alerta durante o dia, mesmo após uma noite de sono aparentemente adequada.
Isso pode resultar em cochilos involuntários, lapsos de atenção e até episódios repentinos de sono, conhecidos como “ataques de sono”.
Apesar de frequente, muitas vezes é interpretada como “preguiça” ou “cansaço comum”, o que leva a um atraso no diagnóstico. Mas a SDE é um sintoma clínico importante, que pode sinalizar problemas de saúde subjacentes e impactar profundamente a vida das pessoas .
⚠️ Por que se preocupar com a SDE?
A SDE não deve ser ignorada, pois está associada a consequências sérias:
🚗 Aumenta o risco de acidentes de trânsito e no ambiente de trabalho.
🧠 Prejudica memória e atenção, reduzindo o rendimento acadêmico e profissional.
❤️ Está ligada a maior risco de doenças cardiovasculares (como hipertensão e infarto).
🧓 Pode ser um sinal precoce de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.
💸 Gera impacto socioeconômico, com perda de produtividade e maior procura por serviços de saúde.
🔎 Principais causas da SDE
A sonolência excessiva pode ser consequência de vários fatores, que vão desde distúrbios do sono até condições médicas e comportamentais:
🛏️ Distúrbios do sono
Apneia obstrutiva do sono: pausas na respiração durante o sono, que fragmentam o descanso.
Narcolepsia tipo 1 e 2: doenças neurológicas em que há desregulação do ciclo sono-vigília.
Hipersonia idiopática: sono prolongado, despertares difíceis e cochilos não reparadores.
Síndrome das pernas inquietas e movimentos periódicos dos membros: fragmentam o sono e reduzem sua qualidade.
⏰ Alterações do ritmo circadiano
Trabalho em turnos noturnos.
Jet lag após viagens longas.
Síndromes de atraso ou avanço de fase do sono.
🏥 Doenças médicas e psiquiátricas
Depressão, ansiedade, dor crônica.
Doenças neurológicas como Alzheimer, Parkinson, sequelas de AVC ou traumatismo craniano.
Condições metabólicas, como diabetes, obesidade e hipotireoidismo.
💊 Fatores iatrogênicos e comportamentais
Uso de medicamentos que causam sonolência (ansiolíticos, anti-histamínicos, anticonvulsivantes, entre outros).
Consumo de álcool e drogas recreativas.
Privação crônica de sono por rotina de estudos, trabalho ou má higiene do sono.
🧾 Como diagnosticar a SDE?
O diagnóstico é clínico, mas exames complementares são fundamentais para identificar a causa:
📋 Entrevista clínica e questionários de sonolência (ex.: Escala de Epworth).
🛏️ Polissonografia noturna (PSG): avalia qualidade do sono, apneia e movimentos anormais.
⏳ Teste de Latência Múltipla do Sono (MSLT): mede a propensão a adormecer durante o dia e ajuda a diferenciar narcolepsia e hipersonia idiopática.
👀 Teste de Manutenção da Vigília (MWT): avalia a capacidade de resistir ao sono, útil em contextos ocupacionais (motoristas, pilotos).
📱 Actigrafia e diário de sono: monitoram o padrão de sono-vigília por dias ou semanas.
💡 Manejo terapêutico da SDE
O tratamento deve ser individualizado e direcionado à causa.
✅ Medidas gerais
Manter horários regulares de sono.
Evitar cafeína, álcool e telas antes de dormir.
Tratar doenças médicas e psiquiátricas associadas.
Ajustar ou suspender medicamentos que causam sonolência.
🎯 Tratamentos específicos
Apneia obstrutiva do sono → uso de CPAP ou outras formas de ventilação não invasiva.
Distúrbios circadianos → ajustes de rotina, fototerapia e cronoterapia.
Narcolepsia e hipersonia idiopática → acompanhamento especializado, com terapias que melhoram a vigília e a qualidade do sono.
🔬 Perspectivas futuras
Pesquisas recentes apontam avanços importantes:
Agonistas de orexina: drogas em desenvolvimento que podem atuar diretamente na causa da narcolepsia tipo 1.
Biomarcadores: estudos de líquor, genética e actigrafia para diagnóstico precoce e mais preciso.
Medicina personalizada: abordagem que leva em conta características individuais, com terapias de precisão.
✅ Conclusão
A sonolência diurna excessiva (SDE) é um sintoma comum, mas não deve ser normalizado.
Ela pode indicar desde hábitos inadequados de sono até doenças neurológicas graves.
👉 Se a sonolência durante o dia é frequente, procure um médico especialista em sono. Cuidar do sono é cuidar da saúde, da memória, da produtividade e da segurança.
📖 Referência:
Pérez-Carbonell L, Mignot E, Leschziner G, Dauvilliers Y. Understanding and approaching excessive daytime sleepiness.The Lancet. 2022;400(10355):1033-1046. doi:10.1016/S0140-6736(22)01018-2
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